segunda-feira, outubro 31, 2005

Pinduca

Ádrea-minha-Diaba e Gustavo estiveram ontem lá em casa. É a segunda visita da semana: na sexta Thatá dormiu lá, e eu preciso tomar vergonha e arrumar o cafofo de vez! Gravei um cd pra Ádrea, pra ela matar a saudade da terra dela. Mas ela vai ter que me ensinar a dançar!
Vou ensinar Sinhá Pureza
A dançar o meu carimbó
Carimbó que remexe, mexe
Carimbó da minha vovó
Vai dançando Sinhá Pureza
Remexendo, pode requebrar
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará

Paulo e Paula

O fim de semana foi engraçado; não fiz nada de muito útil, mas me diverti com pequenas coisas. A gripe me pegou de jeito e tou meio mole, mas isso não me impediu de viver ‘pequenas aventuras’...
A sexta feira foi aquela coisa: caiu um dilúvio tremendo, mas eu não sou alfenim, feita de açúcar!Sou uma mulher de rocha!, o que eu quero eu faço!, e com isso em mente, entrei no metrô, desci na Glória e quando atravessei pra pegar um táxi, um fdap passou correndo no sinal fechado e me molhou literalmente dos pés à cabeça. Beleza, pensei. Já tava sem guarda chuva mesmo, entreguei a Deus...
Quando o táxi chegou, rumamos pra Lapa. Já quase perto dos Arcos, o carro pifou, puf-puf-puf, e ficou fumaçando, os motoristas de trás buzinando, o taxista nervoso... Eu comecei a rir, “liga não, moço, o meu uno velho lá de Recife era assim, tinha problema na cebolinha e no resto da turma da Mônica”. Aí ele riu de volta, disse que ia trocar o carro por um jegue. Eu entrei na dele, “ora essa, jegue na Bahia custa dez reais, eu mesma vou comprar um qualquer hora dessas” . “Jegue come 24h por dia, você vai dar o que pra ele?” “Alface”. Hehehehe...
O cara foi ficando meu íntimo, até me convidou pra montar uma carrocinha de cachorro-quente ‘podrão’, que segundo ele rende líquidos R$ 150 diários, ó paí, melhor que ser jornalista! Seguimos pra rua do Lavradio, onde eu ia comemorar o aniversário dos Sambamantes, assistindo ao bat-show de Nininho no Mangue Seco que, nessa hora, já tinha virado Molhado. A rua tava um rio, mas o danado do taxista meteu o carro e de pulinho em pulinho percorreu uns 200 metros e me largou na porta do bar. O piso do carro ficou alagado e eu prontamente sugeri a ele uma atividade extra: implantar um pesque-pague lá dentro. Mais risos. Na hora de descer, ele me deu um cartãozinho, uma caneta de brinde e se apresentou: Paulo Coelho.

Sábado eu resolvi cuidar de mim: primeiro fui à rua Santa Clara, comprar roupas – mas acordei tarde e aqui no Rio, essa terra provinciana (hehehe, os cariocas vão comer meu fígado!), o comércio fecha à uma da tarde. Então fui no Catete olhar uma escola de corte e costura (sim!, a maluca aqui está cogitando aprender o básico, mas ainda não decidiu se surta mesmo) e aproveitei pra fazer as unhas e a sobrancelha num salão mais baratinho (lá perto de casa é R$ 22 só pé e mão, mais R$ 10 da sobrancelha; no salão que eu fui é R$ 12 pé e mão, e R$ 5 a sobrancelha).

A manicure se chamava Paula, era negra, gordíssima, cabelo cheio de dreadlocks, com uma cara linda e um sorrisão aberto. Me diverti demais com ela, que conversa abobrinha como poucas. Me chamou pra sair, pra conhecer uma boate que só toca música angolana que fica lá na Tijuca. Vibrou quando soube que eu sou jornalista. “Você trabalha na Globo?”
Não quis destroçar o sonho dela dizendo que televisão não é minha praia, então falei que ainda tou me ambientando no Rio, etc e tal. “Ah, você tem que escrever uma carta pro Luciano Huck, mandar seu currículo pra alguém muito influente”, me explicou ela, e passou meia hora ‘traçando planos’. No final, arrematou com os olhos brilhando: “é tão bom ver as pessoas crescerem!” Fui embora feliz, com as unhas pintadas de renda e pérola, e com o beijão que ela me deu estampado na cara. “Gostei de você”, falou ao se despedir. Eu também gostei dela.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Alegria: dois anos de Sambamantes

Hoje é o aniversário de dois anos dos Sambamantes! Apesar de só tê-los conhecido em junho, a sensação é de que eles fazem parte da minha história há muito tempo! Como conceber a minha vida aqui no Rio sem Nininho, Ádrea, Thatá Façanha, Thaís Biscoita, Zé Vaz, Tomé, Lu, Jorginho, Dayse, Serginho, Ângela, Habba, Ísis, Ingrid, tanta gente que mora no meu coração? Graças a vocês, eu posso dizer que conheço um Rio diferente da ‘bolha’ da Zona Sul. Um Rio que amo e vou amar pra sempre, ainda que me falte samba no pé...

Ps- Esta foto é do meu "batizado", não por acaso com Nininho (meu padrinho que me apresentou ao grupo!, saquem só a delicadeza dele, jogando cachaça na minha boca!) e Thatá, "Doutora Cabrocha Sambeira", eterna presidenta dos Sambamantes (que na época eu não conhecia muito, mas hoje não hesitaria em escolher como madrinha).
Mais fotos das farras aqui, aqui, aqui e aqui! Uhu, mais tarde tem gandaia!

quinta-feira, outubro 27, 2005

Abraço inesquecível

O Orkut é uma completa perda de tempo, mas tem coisas que conseguimos através dele que não têm preço. Como localizar esse menininho louro da foto. Que hoje é um homão quase sem cabelo, casadíssimo e muito simpático, que eu achei do nada, numa comunidade sobre meu antigo colégio, o Lubienska.
Miltinho, Mônica e Guilherme eram nossos vizinhos na casa das Graças, onde vivi dos meus sete aos dez anos. Dá pra escrever um mês inteiro, só contando nossas peripécias. Mas hoje eu quero falar só de Miltinho, que eu acho que foi de certa forma meu primeiro namorado. Calma!, nunca demos beijo na boca nem pensamos em nada do gênero. Sei lá também se é o caso de usar esse rótulo pra descrever o que a gente fazia. Eu era uma menina tão menina, tão desinteressada de certas coisas... Enfim, vou explicar!
É que olhando pra essa carinha da foto, eu lembrei de uma das nossas brincadeiras preferidas, que se chamava 'pai e mãe'. Eu era a mãe, ele era o pai, meu irmão Gabriel e Mônica, a irmã dele, eram os filhos. Não sei por que motivo Guilherme, o irmão Lithg mais velho, não participava da "família", já que ele sempre integrava as brincadeiras; acho que ela não acontecia todo dia, nem todo tempo, e talvez nesse período ele tenha ficado de recuperação no colégio, por exemplo. Ou estivesse com papeira (caxumba) ou alguma outra mazela normal de criança.
'Pai e mãe' era assim: a gente pegava um lençol grandão, forrava no oitão da minha casa, e deitava todo mundo juntinho. Eu tinha uns oito anos e não fazia a menor idéia de como a abelhinha polinizava as flores e outras histórias que depois li no livro De onde vêm os bebês. 'Pai e mãe' não era brincadeira de médico: a gente não estava interessado nas diferenças e sensações corpóreas. O bom era só deitar a cabeça no braço de Miltinho e ficar quietinha olhando um sabiá grandão que toda tarde vinha cantar, no pé de manga rosa.
Era uma sensação muito boa, de estar protegida e acarinhada. Tão doce, que eu guardo a lembrança até hoje. Eu, que não tive contato semelhante com meu próprio pai, devo ter valorizado muito mais esses momentos que Miltinho - que era mais novo que eu alguns meses, meio estabanado e maluco, escrevedor de poesia e inventor de brincadeiras e travessuras terríveis.
Mesmo tendo passado mais de 20 anos sem ter o menor contato com eles, tenho pelos três irmãos Lithg um carinho enorme. Mas o abraço de Miltinho o faz especial, pro resto da vida.

Tpm era pouco, então arrumei junto uma gripe cavalar. Pensem num abuso!

Sequência trash de capas de disco americanas





Vendo isso, concluo que nem só aqui são produzidas aberrações...
Confiram outras coisas incríveis aqui!

quarta-feira, outubro 26, 2005

Hey, Mrs. Jones!

Não sei se vocês têm essa informação, mas nos bosques da Inglaterra é possível se deparar com pequenos tigres, passeando com suas mães durante as tardes bucólicas...

Fá, saudade da sua presença por aqui no blogue!
Um cheiro. Bom ver uma 'prova material' da sua existência!

Beijo grande pra Regina


Gina, criatura do bem, irmã que a vida me deu, que o dia de hoje seja de pura felicidade. Que o mundo fique em festa, comemorando o dia em que você nasceu. Que Luiza te dê um beijo babado e Jink se comporte. Que Gabi seja romântico e menos peitica. Que Julia, Lindalva, Fau, tua mãe, teu pai, tua família, teus amigos, caiam na gandaia - pequena ou grande - junto com você.
Daqui de longe, eu te mando um beijo grande, pra te dizer do carinho, admiração e gratidão que sinto por você, pela sua paciência e brabeza, doçura e força. Sou sua fã de carteirinha, e você sabe disso. Quero poder passar outros aniversários aí, junto com você, e te dar ao vivo o abraço apertado que você merece. Por enquanto, faz de conta... e me aguarde, menina. Feliz aniversário!

segunda-feira, outubro 24, 2005

Luis Fernando Verissimo


*Mais cartuns ótimos aqui

"Os espinhos são pra quem pensa em enganar a flor"

Tem dias em que eu sequer me reconheço.
Eu sou meio assim, mesmo.

domingo, outubro 23, 2005

Ê saudade


Hoje matei um pouco da saudade de pessoas muito queridas: falei ao telefone com o Dudu das Meninas, com Serginho e com a Nega Zabá.
E hoje Kesinha chegou ao Rio, pra fazer matéria. Quero vê-la amanhã, pra dar-lhe o devido arrocho e fofocar bastante...

Referendo (pena que vou ter que justificar o voto...)

Parabéns

Eu tinha sete anos e reinava absoluta – ou quase – quando ela nasceu. Filha de um tio que eu adorava, primeira menina a disputar o título de queridinha na família. Ainda por cima, mal aprendeu a falar ela me botou logo o apelido de maria gordinha. Claro que eu odiava Dioninha! Acho até que foi um pouco por isso que, aos doze anos, tio Vadico me fez madrinha dela: pra eu achar aquela pirralha menos chata, menos encrenqueira.
Também não sei precisar quando foi que esse ciúme todo se transmutou em amor. E, ao longo da convivência, em afinidade e admiração – porque às vezes a gente ama simplesmente, gosta por gostar, mas não tem praticamente nada em comum com o outro.
Minha prima hoje é uma mulherona linda, que me faz encher a boca com orgulho, cada vez que falo dela - apesar de criar gatos que me dão alergia e de me roubar os paqueras (fazer o que, eles têm bom gosto, hehehe).
Di, minha fiada: quero ser igual a você, quando eu crescer! Feliz aniversário.

sábado, outubro 22, 2005

Adinamia


E quando você não sabe explicar o que sente, mas é como se acionasse o botão do photoshop e o mundo inteiro ao seu redor ficasse todo cinza e sem contraste?

Sorte do Orkut

sexta-feira, outubro 21, 2005

Diário de um apaixonado (sintomas de um bem incurável) - continuação

O apaixonado não deixa seu par terminar de falar. Ele interrompe e vive pedindo desculpas.
* * *
Quer agradar a qualquer custo. Pode inclusive negar sua personalidade para convencer. O problema é que a mulher pode se apaixonar por outro que não é ele. Das duas uma: ele será obrigado a assumir o papel a vida inteira ou será desmascarado ao assistir futebol.
* * *
O apaixonado cisca o prato em jantares românticos, não põe uma vírgula na boca. Aliás, por que os apaixonados saem para jantar se não comem nada? Eles passam a imagem de educados e contidos na hora para assaltar a geladeira de madrugada.
* * *
O apaixonado esperando no cinema ou no bar queima como um incenso. Não há como disfarçar seu perfume exagerado.
* * *
Quando o apaixonado diz uma frase de efeito, repete duas ou três vezes até provocar impacto (ou tédio).
* * *
O estômago pode ficar embrulhado, mas ele não tem direito a ir no banheiro. Todo apaixonado sofre de prisão de ventre.
* * *
O apaixonado é o maior fazedor de escândalos que existe. Cobra o que ainda nem começou.
* * *
A paixão - platônica ou não - prova que a realidade não faz a menor diferença.
* * *
O apaixonado infantiliza a linguagem, carrega no diminutivo, dá apelidos ridículos e usa expressões de casa de bonecas.
* * *
Ciúme é charme para o apaixonado. Depois de casado, é doença.
* * *
O apaixonado jamais usa pijama para dormir.
* * *
Calcinha cor de pele está fora de cogitação. É reencontrar a avó entre as pernas.
* * *
O apaixonado gagueja quando tenta consertar uma grosseria.
* * *
O apaixonado só gosta de reprises.


(Autor: Carpinejar)

quinta-feira, outubro 20, 2005

Diário de um Apaixonado - Sintomas de um Bem Incurável

Vejam que texto mais lindo! O original e outras pequenas maravilhas estão aqui. Posto com um beijo pros apaixonados, em especial meu amigo Dani Pinna, cujo coração nos últimos dias virou um canteiro de violetas (o amor é uma flor roxa, como todos sabemos).
Perdoai a boca, não salta como os olhos. Perdoai os olhos, guardo sua nudez em minha boca. Não desejo beber outra sede, quero fechar os lábios ao café, ao vinho, à água. Nada brilhará mais os dentes. Deixarei o mel de sua fome crescer em mim com a rapidez da barba. O gosto do seu sexo não é doce, não é salgado, é ao mesmo tempo toda a mesa.
***
Respeito mais as ausências, deixo as pessoas passarem em minha frente, não ri tanto como agora. Aceito críticas com o desprendimento de elogios. Nunca amei tanto as crianças ou a infância que me faltou. Os pátios têm a religiosidade de vitrais. Observo os cachorros como anjos atrapalhados acomodando suas asas. Fico comovido na janela com o jeito que lambem as patas, os becos das patas. Sou capaz de demorar três horas olhando os cachorros dormindo, para não aprender nada a não ser os cachorros dormindo. O apaixonado é um comovido à toa. Pára de repente em si como se fosse chuva. Pula de repente de si como se fosse tarde.
* * *
Vontade de conversar com você mais do que tive de me conhecer. Vontade de morrer o mundo e ser pego em flagrante. Vontade de encolher a cidade em um quarto. Vontade de respirar sua respiração, pensar ter falado e não falar. Vontade de não ter existido antes para não me contradizer.
O apaixonado não é egoísta. Ele larga seus hábitos, para conhecer verdadeiramente quem ele gosta. Faz greve de sua personalidade. Muda a rotina, os horários, se esvazia dos preconceitos. No momento da paixão, cria necessidades súbitas. O que considerava fútil torna-se útil, o que considerava útil vira fútil. Se ele não gosta de bossa nova e ela sim, sairá à cata de tudo o que houver sobre o assunto. Vai se transformar em um especialista numa semana. Cursos intensivos são perfeitos aos apaixonados. Mais do que isso, não presta atenção. Menos do que isso, não convence.
* * *
O apaixonado é um ansioso. Precisaria ser dispensado do emprego durante o período. Suas distrações são maiores do que os acertos. Qualquer empresa deveria proibir a presença dos apaixonados - eles não estão nem aí. A produtividade cai, os contatos rareiam, as desculpas aumentam. Não entendo como não existe uma licença maternidade e paternidade para a paixão.
* * *
O apaixonado é um feriado. Ele se perde no trabalho porque está concentrado na falta. Ele é a própria falta. Preste atenção no jeito de um apaixonado sentar, torto e desajeitado, ele não ocupa toda a cadeira, é como se dividisse seu canto com alguém imaginário.
* * *
O apaixonado pode fazer as cenas mais hilariantes na rua sem perceber. Chorar no meio-fio da calçada, arrepiar-se de ciúme, gritar diante de um bar lotado. Seu sentimento é uma pessoa. O apaixonado muda de opinião com receio de ser abandonado e se abandona para se encontrar diferente.
* * *
Ninguém entenderá o apaixonado a não ser ele mesmo. Ele volta a fazer amizade com sua solidão.
Baixei todas as roupas do meu guarda-roupa, não tive nenhuma compaixão com alguma peça. Deixei somente os conjuntos que realmente uso. Metade do armário foi embora. Antes ficava em dúvida. As roupas eram mais lembranças do que pano. Perdoava as manchas, os rasgões, os trechos puídos. O apaixonado é um desmemoriado. É óbvio que tomei a atitude depois de comprar três conjuntos de camisas, calça e sapatos. Não sou tão forte assim.
* * *
O apaixonado precisa de uma gaveta para colocar seus pertences de bolso. O resto ele vai esquecer. A bandeja do aeroporto já é suficiente.
* * *
O pulmão do apaixonado é como o fígado ao bêbado. A abstinência só faz pensar bobagem. Não se é inteligente na dependência, mas se é muito mais engraçado.
* * *
O apaixonado perde o apetite. Um prato é muito distante. Come para não desmaiar. É movido a sexo. Ou pela antecipação do sexo. Realiza regime forçado. Deve ser o excesso de saliva que atrapalha a dentição.
* * *
Os monges invejam a crise de silêncio do apaixonado. Ele pesca horas a fio uma palavra e volta sem nada para a casa. Desossa o peixe que não existe, frita o peixe que não existe e lava a louça que ficou intocada. O apaixonado tem uma imaginação intensa como a de um terreno baldio.
Um dos problemas do apaixonado é que ele estranha novamente seus defeitos. Depois de aceitá-los com generosidade, depois de uma convivência pacífica e conformada, descobre que foi tolerante e revisa o peso, a altura e a massa muscular. Tudo é subitamente esquisito, seja a cintura, sejam as rugas, sejam os pés primitivos. O apaixonado deixará de conferir o espelho com tanta pressa. Se o par comentar algo que não gosta, não saberá disfarçar o mal-estar.
* * *
O apaixonado entra na relação independente e autônomo, afinal já passou por relacionamentos anteriores e pretende usar sua experiência. Finalmente vai colocar em prática o breviário da sedução e exercitar os conselhos dados aos amigos. No começo, parecerá implacável, seguro e confiante. Criou uma fortaleza de dar medo. Depois de alguns beijos e de entortar o pé sem perceber, sacrificará as táticas e será sincero como nunca na vida. Falará dos seus medos, confessará segredos que nunca ousou contar, irá se declarar de modo precoce contrariando sua idéia de que não poderia fazer isso. É necessário colar o adesivo de "frágil" no apaixonado, não sobrevive de um endereço a outro, de uma certeza a outra. É um corpo em mudança.
* * *
Não é aconselhável escutar uma conversa entre apaixonados. Que idioma é aquele? Filme eslavo? Nada sociável. Nenhum dos dois entenderia se não houve a paixão entre eles para explicar e traduzir. Cheia de sinais, arrebatamentos e questionamentos imprevistos. Uma conversa epilética, com ninguém por perto para segurar a língua.
* * *
O apaixonado avisa que não quer se envolver para depois cobrar cada minuto da separação.
A repetição é o que o apaixonado mais gosta. Ele fala a mesma coisa durante horas sem enjoar. O vocabulário torna-se de uma criança de cinco anos. Nenhum apaixonado consulta o Aurélio. Pois a linguagem separa.
* * *
O bar para um apaixonado é como se fosse sua casa. Ele não repara, mas espalha os casacos e as bolsas pelas cadeiras. Não tem pudor, não pensa no pudor, apaga o restante dos fregueses, quer ficar junto de qualquer jeito.
Com apenas um casal de apaixonados, o bar está lotado.
* * *
O apaixonado não consegue decidir nada. Recebe um cardápio e faz de conta que é uma televisão. Tudo está bom, tudo ele aprecia. Pode atravessar a pé uma cidade sem se importar com o cansaço ou dar voltas no mesmo bairro de carro e ainda elogiar as ruas.
Ri mais do que fala. Aliás, o apaixonado emprega a risada para dizer sim.
* * *
O garçom reconhece o apaixonado pelo braço ansioso de náufrago.
* * *
O apaixonado se preocupa com a roupa de baixo. A mulher não usará time misto. Qualquer momento pode ser derradeiro.
* * *
Quando está nervoso, o apaixonado segura as mãos da companhia para ganhar tempo com o tato.
* * *
O apaixonado gosta de saber se a pessoa está sentindo o mesmo do que ele, mas precisa ser igualzinho. Fica horas no telefone acarreando os sintomas com o par. Descreve os efeitos da paixão em seu corpo com minúcias de uma doença a um médico.
* * *
Acorda toda manhã de ressaca de algo que não bebeu. Como se sua vida fosse emprestada.
O apaixonado é o último a acreditar que está apaixonado.
* * *
Muda de idéia com facilidade. Fica seguro para se mostrar desesperado em seguida. Dois minutos é muito tempo para um apaixonado.
* * *
O apaixonado não respeita sinais de trânsito. Dentro de si, um engarrafamento interminável. Passa o dia inteiro entre a primeira e a segunda marcha, entre a primeira e a segunda pessoa do singular.
* * *
Joga xadrez com a música.
* * *
Caminha envaidecido com marcas no corpo. Alisa as unhadas como esboços de uma tatuagem.
* * *
O apaixonado desaparece do trabalho de repente, de modo discreto. E reaparece espalhafatoso.
* * *
O celular do apaixonado está fora da área de cobertura ou desligado.
* * *
O apaixonado é um guia completo dos bares da cidade.
Esquece dos amigos e só volta a falar com eles depois da primeira crise.
* * *
É possível montar um retrato falado do apaixonado a partir das pessoas que freqüentam rodoviárias e aeroportos. Ele está sempre partindo com as vestes do corpo.
* * *
O apaixonado perde bem mais do que a cabeça.
* * *
O apaixonado não aprendeu a mentir. Sua sorte: mente tão mal que se assemelha a uma verdade.
(Texto de Fabrício Carpinejar, ilustrações de Marc Chagall - o pintor que em minha opinião melhor soube expressar esse sentimento)

quarta-feira, outubro 19, 2005

Todo amor que houver nessa vida...

A gente vale pelo que conquista, pelas pessoas com quem se relaciona no mundo. Perdi seres que amava, ganhei outros ao longo da minha trajetória. Meu ex-cunhado Rilton, por exemplo, pertence a uma categoria superior. Ex-nada, que não abro mão do carinho dele pro resto da vida. Junto com a cutucada no pé e a risada gostosa que só ele tem. Um cheiro, querido. Tou toda boba com o recadinho que você me mandou.


"Mari, assim vc mata minha esposa do coração! Ela ficou super emocionada com que vc escreveu no Sítio da Maricota. Até os olhos dela marejaram após ter lido o seu texto. Mas a verdade é que ela é um orgulho para todos nós; uma pessoa que é difícil não se apaixonar, que merece receber esse tipo de homenagem e muito mais, por tudo que ela faz. Estou te agradecendo pelas palavras na qual vc descreveu tão bem as ações dela, tanto profissionais como afetivas.
Aproveito para dizer que independente de tudo que foi escrito, nós te amamos muito e saiba que, no que precisar estaremos aqui. Assim como Dadá, você é uma pessoa belíssima. É doce, gentil, simpática, inteligente,bonita (fisicamente também) e outros adjetivos meigos, bondosos e gentis. Já disse uma vez que vc é tão minha irmã quanto Isaar e Auristela, por exemplo.
Tá bom, essa mensagem tá ficando muito melosa.
Muitos beijos e te amamos muito. Rilton"

Ser humano sendo humano

Adoro Thais Façanha, médica e cabrocha sambeira, filha de Oxum com Xangô, mulher de coração grande. Pois hoje entrei na página dela e lá pelo meio de um post lindo, tava o trecho:
"...voltando às minhas histórias de ônibus, nesta última quinta, aconteceu uma que me fez lembrar bastante as que Maricota escreve em seu sítio... Ela sempre presenteia os leitores com crônicas reais que registram seres humanos sendo humanos, no sentido mais essencial da palavra. Essa moça tem um olhar diferente sobre o mundo, uma sensibilidade de arrepiar..."
Vixe, vou imprimir pra botar no currículo! Um beijo, minha linda. Boto aqui tua fotinha pra dizer que você é tudibom na face da Terra - e essa foto é especial, foi tirada por mim no dia em que a gente se conheceu e pra completar, você ainda botou minha famosa flor de guardanapo no cabelo!
Amigos, a história contada pela moça é linda, vão lá conferir. Thatá, seu relato me lembrou um 'causo' acontecido com minha mãe, que mostra como a gente não precisa de palavras pra se comunicar.
Mamãe viajou duas vezes pra Europa, sempre sozinha. Era diabética e precisava tomar injeções diárias de insulina. Um dia, sentou numa praça na Alemanha e quando estava injetando o treco na barriga, percebeu uma mulher de meia idade olhando horrorizada. Mamãe não falava inglês, tinha um francês até bom e um espanhol razoável, mas a mulher não falava nada disso. Que é que mamãe fez?, abriu um sorrisão e explicou que era diabética e não drogada (diabetes é uma palavra meio universal, e fazer mímica de drogado é moleza). A mulher riu, sentou junto, e foram conversar (!). Mamãe contou que era viúva, tinha quatro filhos, morava no Brasil. A dona falou que era casada, tinha um filho só e um netinho, mas que eles moravam longe. Juro a vocês, conversaram uns quinze minutos. Até que um casal japonês se aproximou sorridente, ofereceu uma maçã a minha mãe - porque "maçã é bom pra diabetes" - e apertou as mãos das duas.

Fome de quê?


O post abaixo fez sucesso - Giselli riu pra caramba e Luciana mandou pros amigos lerem. Aproveitamos nossa hora de almoço pra discutir filosoficamente o assunto e chegamos à conclusão que o negócio é demonstrar ATENÇÃO e VONTADE. Claro que um cara 'esguelado', que olha só pra comida e nem um pouco pra você, não merece ser levado em consideração. Mas alguém que pega no garfo com firmeza, se mostra interessado na refeição e na companhia (é possível se concentrar em mais de uma coisa), deve ser visto com mais atenção...
Lu foi incisiva em dizer que isso não tem nada a ver com falta de boas maneiras, e que homem que arrota, não limpa a cara e fala de boca cheia também não tá com nada. "O que me angustia são aqueles caras que parecem ter cinco anos, botam dois grãos de arroz no prato e comem sem vontade, sem decisão", comentou horrorizada. A palavra-chave parece ser essa, rapazes: DECISÃO, fome que é também de vida! Mostrar-se inteiro, concentrado, também nessa hora. Entregue ao prazer - vixe, que a gente quando passa muiiito tempo em privação, sem ter o que comer, começa a delirar, afemaria, abafa o caso. Parte da graça da coisa, como explica minha guru Luciana, é ver esse impulso vital ser posto em prática e, no fim, presenciar o rapaz sereno... saciado. Hum, tá! Vamos mudar de assunto, que eu ando sem companhia pra jantar?
Pra encerrar o tema, direi que só tem mais uma coisinha sobre a qual concordamos: não dá pra suportar um homem que come menos que a gente. Por diversos motivos. Da humilhação de se sentir um caminhoneiro diante dele, à suspeita de que a festa vai acabar antes da gente estar satisfeita. E tenho dito!
Ps-Os homens também têm sua opinião sobre o tema... Vide o mestre Xico Sá!

Apetite


Hora do almoço, ontem, no trabalho. Vamos ao Abelhinha Light, pé-sujo a quilo aqui pertinho. É quando, não sei porque, entra-se na conversa de homem fresco pra comer. “Odeio homem assim, faço uma imediata associação sexual”, detona Lu, minha colega quietinha que de vez em quando tem umas tiradas surpreendentes. “Desenvolve”, peço a ela. “Mas isso é claro, né, Mariana? É um ótimo teste! Homem que pega no garfo delicadinho... que só bota no prato comida sem sal, tipo arroz com peito de frango... que come a mesma coisa todo dia... que não gosta de alho nem cebola, que puxa os verdinhos pro lado porque isso não come, porque é feio, é sujo, é ruim... homem que faz cara de nojo pra comida e não tem coragem de experimentar coisas novas... ah, um homem desses não pode ser bom de cama”. Tive um acesso de riso mas tenho que concordar: faz sentido.

terça-feira, outubro 18, 2005

Dadá escreve pra mim


"Mari,

Falar da emoção que senti ao ler teu texto no blog é pouco, ou desnecessário, você bem sabe o quanto te acho especial e te admiro por essa intimidade tão grande com as palavras. A impressão que tenho é que vcs têm uma ligação fortíssima, na verdade são uma só. Obrigada pela linda amizade que temos e que tenho certeza nunca se acabará, nem com o tempo e muito menos com a distância. Beijos, que Deus, todos os astros, espíritos protetores te protejam e cuidem de ti no meu lugar, já que estou tão longe.
Dadá"

Aniversário de Gabriel

Hoje é aniversário dele: meu inimigo de infância, meu companheiro na dor, meu gozador preferido, meu amigo, meu irmão. Saudade de tu, Bibiu. Pena estar tão longe de você. A gente quase nem se fala, mas é que nem precisa. O orgulho e a confiança que sinto, palavra nenhuma jamais vai expressar. Que Luiza e Gina te dêem por mim um beijo bem grande, e que este 18 de outubro, entre tantos, seja um dia muito feliz.

Ternura


Eu devo ir a Recife em novembro, e já avisei a algumas pessoas. Como é gostosa a expectativa da viagem, e de saber que minha presença está sendo aguardada! A cada dia recebo pequenas provas de carinho. Como a de Dadá, que ao saber que eu vou passar uma semana por lá, saiu-se com essa: "tem que passar UNS DIAS lá em casa, pra gente poder tomar conta de você" (ela é a criatura que mais implica no mundo com o que eu como, visto, faço - é um mês mais velha que eu mas, diante da minha falta de juízo e da vocação inerente que tem, de vez em quando dá uma de minha mãe).
Não sei se a temporada vai ser suficiente, mas certamente minha 'bateria de amor' vai voltar bem carregada!

segunda-feira, outubro 17, 2005

Dia dos professores

(Estes não são alunos dela - espero que tenham a sorte de ter uma professora parecida)

Com atraso, mas com carinho, deixo aqui um beijo pra minha amiga-irmã Idalina, através da qual homenageio todos aqueles que, na vida, resolveram ser professores de uma forma que honre o título. Dadá ensina a ler, ocupação que por si só já me fascina: como será ter a experiência de mostrar às crianças maneiras de desvendar novos mundos? Cada qual tem sua lógica, seu tempo, seu ritmo, e por isso eu imagino que não é uma tarefa nada monótona lidar com uma multidão de pestinhas, que a cobrem de afeto diariamente.

Dadá tem duas turmas. Uma, num colégio particular do Recife, que apesar de pagar mal aos funcionários já foi premiado pela metodologia inovadora de alfabetização, sendo considerado exemplo em construtivismo, novas perspectivas de educação e outros bichos. A outra turma é num colégio pobrezinho, da Prefeitura, para onde ela foi concursada há cerca de dois anos.

Eu ainda morava no Recife quando ela começou a trabalhar nessa escola. Parecia um furacão. A primeira providência foi fazer uma campanha com os amigos, providenciando escovas de dente para distribuir entre os alunos: alguns nunca tinham escovado os dentes (!), outros dividiam a escova com o restante da família (!), a maioria esmagadora não trocava a dita cuja há vários meses.
Quando vim pro Rio, ela me intimou até eu doar minha amada coleção de gibis da Mônica, pra que eles pudessem ter ao menos algo que ler. Dadá parece a formiga atômica, não pára quieta, não deixa de inventar um jeito novo de fazer os danadinhos pensarem – e saber pensar é a função mais nobre de um ser humano...

Pois semana passada liguei pra ela, que me contou as boas novas: vai construir uma horta, e estava organizando uma visita à Bienal do Livro, em Olinda (cá comigo, fiquei pensando: que merda, não vão ter dinheiro pra comprar nem um exemplarzinho, do jeito que livro é caro neste país).
Saiu me dando notícias de um por um: pra sorte deles, mantiveram-na como professora da mesma turma, que teve o privilégio de tê-la como mestra não só da alfabetização, mas da primeira série. E TODOS os meninos, eu disse TODOS, sabem ler e escrever com fluência. “Eles são bons, Mari, são tão bons quanto os outros”, disse ela, se referindo aos alunos da escola particular. “Mas meu desafio com eles é maior e a recompensa, também”.
Desliguei com os olhos cheios d’água e o coração cantando. Não são muitos, são o que?, vinte crianças?, mas no meio de toda a pobreza que temos na escola pública brasileira, eles conseguiram encontrar um tesouro.

(Meia noite)


No new years's day to celebrate
no chocolate covered candy hearts to give away
no first of spring, no song to sing
in fact here's just another ordinary day
No April rain, no flowers bloom
no wedding saturday within the month of June
But what it is
Is something true
Made up of these three words that I must say to you
I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart
No summer's high, no warm July
No harvest moon to light one tender August night
No autumn breeze, no falling leaves
Not even time for birds to fly to southern skies
No libra sun, no Halloween
No giving thanks to all the Christmas joy you bring
But what it is
Though old so new
To fill your heart like no three words
Could ever do
I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart

domingo, outubro 16, 2005

Sobrinhada

Meus amigos continuam se reproduzindo e eu vou ficando pra tia, sempre feliz de ver a sobrinhada crescendo linda...

Aí vão fotos de Miguel, filho de Xandeco e Neguinha que acaba de nascer, em Recife; de Beatriz, filhota de Juscélio, lá em Fortaleza; de Thiago, filho de Dudah, lá em Salvador; e de Pedro, filho de Aline e Marco, que já fez três meses e mora aqui pertinho - mas eu, desnaturada, ainda não fui visitar!

Show do Cordel

Aqui só resta o bagaço de mim. Dancei e pulei e me esbaldei no show do Cordel do Fogo Encantado, no Circo Voador. Saudade do carai que bate na gente, que mal o confesse! Parecia possuída, cheirando a beira do palco, junto com Rafa e Ceiça. Nego Henrique (o mais gatinho!) chega riu da minha empolgação...Eles cantaram de tudo, até minhas favoritas - Pedrinha, Os Oim do Meu Amor, Poeira e Na Veia - mas quando começaram Chover, foi demais pra mim: no meio do povo pulando, de repente lá tinha uma nordestina chorando, desmamada da vida... Da lágrima rolar, sem controle.
O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove
Chover, chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover, chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover, chover
Até Maria deixou de moer
Chover, chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Chover, chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
(...)
Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mas vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu, choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu, choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu, choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu, choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
...

sábado, outubro 15, 2005

Bons motivos pra se abraçar

Leiam aqui!

Poema modernista que escrevi aos sete anos


Tropecei numa pedra.
Que merda.

Minha casinha

Estou de volta ao Rio, depois de dois dias em Floripa, a trabalho. Saudade da minha casinha pequenina, que ainda assim já tem minha cara! Posto aqui algumas fotos do meu cafofo - que falta sinto de Recife, da minha sala imensa e três quartos só pra mim! Aqui é uma quitinete minúscula, não posso cozinhar na minha cozinha, o banheiro é apertadinho... Mas até que tá bem bonitinho, graças à minha amiga arquiteta, Ecatherina. Então, vamos lá - Eva, Thiago e Andreza já conhecem! Gina, mostra a Dau e Duia. Saudades de vocês!


Acima, a entrada da minha casa. Não dá pra ver porque não tenho ângulo pra fotografar, mas à esquerda ficam as portas da cozinha, logo que abro a casa, e em seguida a do banheiro. A cozinha é tão mínima que mal dá uma pessoa em pé dentro, logo, a geladeira fica na sala, como vocês podem ver. Esse quadro do corredor foi meu primo Pepê quem me deu de presente.



Esta é minha cama. Não se enganem: é mínima, mas se abre e multiplica e dá lugar para até três pessoas dormirem superconfortavelmente. Atentem para as caixinhas porta-cd que trouxe de Recife. Aquele 'troço' colorido à direita é um origami de borboletas "brancas, azuis, amarelas e pretas" que Eva fez pra mim.

Talismã 1: ursinho que Virgínia me deu de presente.

Outra visão do quarto-sala: minha cama, geladeira, tv e som. Ao fundo, armário com uma fantasia de carnaval no topo. Eitcha!!!

Meu computador, onde estou escrevendo. Este espelho vermelho lindo-lindo, com moldura de rosas, foi presente de Bettina. Um luxo!, me sinto a dona do cabaré.

Mais à esquerda, estante com um mínimo de livros e minha coleção de tatus.

Mais talismãs: bruxinha que tia Cristina deu, gordinha que pertenceu a Antonio Carlos e, abaixo, minha boneca Emília, que está comigo desde que tenho cinco anos e cuja história merece ser contada, qualquer dia desses...
Os livros são poucos, não pude trazer muita coisa. A maioria está encaixotada, em Recife, junto com móveis e outros cacarecos.
Minha imprescindível máquina de lavar quase toma o banheiro inteiro! Trouxe de Recife, junto com a geladeira. Tive que comprar transformador, uó. O varal é suspenso, armado dentro do box do chuveiro. Na porta, não dá pra ver, mas tem uma tábua de passar pendurada.

Detalhe da minha pia, com a cortininha de banheiro de florzinhas ao fundo. Andei que só pelo Saara, até achar uma que gostasse! Em cima da pia, vocês não vêem, mas tem uma saboneteira em forma de sapo. Ô, mulher brega. E minha colônia Johnson de que gosto tanto.

Minha cozinha, minúscula e interditada. Em cima do meu saudoso fogãozinho bege, o forninho elétrico que minha amiga Ticia emprestou. Aí não cabe nem pensamento, a gente entra de banda no cubículo! Abaixo, só na vontade: porta-temperinhos que comprei, pensando que poderia cozinhar. O gás continua cortado, só em janeiro deve acabar a obra.