sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A nova paixão de Luiza


Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré,
mas sabe ficar na ponta do pé
Não conhece nem mi nem fá,
mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças

(Poema de Cecilia Meireles)

sábado, fevereiro 09, 2008

Tempo


Hoje Antonio fez quatro meses de nascido.

Hoje fez seis anos que minha mãe morreu.

Passei o dia inteiro com a sensação agridoce de que a vida escorre pelos dedos da gente - e não se consegue reter o que se vai, nem deter o que virá.

Como essa ausência faz falta!, mas olhando pra Luiza e Antonio, o processo dói mas faz sentido. E é bonito ver mamãe renascendo tão nitidamente nessas duas criaturas que não conheceram aquela que seria a avó favorita de ambos, mas que trazem um pouco dela nas células e no jeito de ser e estar no mundo...

Saudade


Olinda não vai ser a mesma sem o riso de França. Ontem eu chorei de saber que há quase quatro meses ele não está neste mundo - e eu não sabia. Tem gente que a gente não precisa encontrar, mas precisa saber que existe e que se tiver sorte vai esbarrar, aqui e acolá, nessas esquinas da vida.
Dançar com França. Ouvi-lo recitar Isadora. Dar um abraço apertado nele, olhando no olho bem fundo como a gente faz com quem não tem medo de mostrar a alma...
Vi esse menino três vezes nos últimos meses: quando soube que tinha tido alta do hospital, "vencido" a leucemia, e de repente passou todo de branco pelos Quatro Cantos, como uma aparição, e Olinda inteira banhou-se de luz. Quando Leo chegou do Rio e a gente foi ao forró do Xinxim, e eu pedi licença a meu namorido recém-chegado e parti pra uma contradança com meu amigo, porque dançar com França era uma espécie de ritual de compromisso com a alegria. E quando, de mãos dadas com Leo, já em agosto ou setembro e com uma barriga gigante, dei de cara com ele na UFPE e ele me deu um abraço e abençoou meu filho, com os olhos brilhando. Morreu uma semana depois que Antonio nasceu, e ainda que eu passasse anos sem encontrá-lo, a consciência de sua ausência dói dentro de mim.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Folião



Antonio na web


Olha que gracinha meu filhote, na página de Marília, da Fuzuê, e também no blog de Jim, aqui e aqui. Ambos são amigos virtuais e sempre presentes em minha vida, e que conheci graças a este sítio...