sexta-feira, janeiro 27, 2006

A grande noite

Quem estava lá sabe, e viu como eu estava feliz! Meu livro foi lançado na quarta, dia 25 de janeiro, na Livraria Cultura, em Recife (confiram as fotos aqui). Mas desde a terça que estou numa badalação só: dei entrevista pra Globo, pra TV Universitária (que retransmite a TVE e a Cultura, aqui em Pernambuco), saiu matéria impressa nos jornais, ontem falei na rádio, o escambau, tô chique no úrtimo, e até com assessor de imprensa!, um cabra lindo e gente boa chamado Marcelo, meu mais recente amigo.
A noite da quarta foi mágica, chorei feito doida ao microfone: não dava pra controlar a emoção, era tempo demais esperando por este momento. E se eu estava alegre por ver tanta gente querida reunida, sentia falta de vários seres amados que já não estão comigo neste mundo, e que com certeza estariam lá, orgulhosos, na primeira fila me aplaudindo.
Mais de uma pessoa veio me dizer que eu estava iluminada, radiante, e é esse o termo mesmo, alegria grande a gente sente de longe e transmite pra quem nos cerca. Não vou citar aqui quem foi lá, porque muitos estavam só em pensamento mas estiveram presentes; outros mal me cumprimentaram, mas eu pude sentir a torcida... Não quero correr o risco de omitir ninguém... Só sei que poucas vezes na vida me senti tão cercada de amor, e isso é inesquecível, e eu agradeço a cada um de vocês por esta dádiva.

sábado, janeiro 21, 2006

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Bibinha

Olhem só como ela tá uma mocinha! Luluca, tou chegando, pra arrochar bem muito você e te defender das coisas ridículas que teu pai burro-negro faz contigo!!!

Declaração de... amor?


(Postada por Nininho, em 16 de janeiro de 2005)

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ganhando o mundo



Encerrei hoje mais uma etapa da minha vida profissional: terminei meu contrato com o Instituto Souza Cruz e, embora ainda vá fazer um frila pra eles, este mês, estou oficialmente desempregada. Pra falar a verdade, não estou triste, embora vá sentir falta do convívio pessoal com meus colegas (Gi e Lu, se estiverem lendo aqui, recebam um beijo!). Estou voltando pra Recife cheia de gás, coisas boas têm me acontecido, e de certo já tenho pelo menos uma disciplina para oferecer, à noite, numa faculdade de comunicação. Faz tempo que eu não me sinto tão bem e tão estimulada, por paradoxal que seja. E enquanto esvazio montes de gavetas e desmonto meu cantinho, não acho espaço pra tristeza, só pra esperança.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Hummm...

Eu sei que a maior parte dos meus amigos odiava a fase em que eu postava minhas previsões astrológicas aqui no sítio. Mas essa aqui, sinceramente, eu tinha que partilhar. Tomara, meu Deus, tomara...

Brilho pessoal! Sol em conjunção com Lua natal
Todos os anos, sempre entre os dias 14/01 às 07:48h e 31/01 às 00:52h, o Sol em trânsito se conjuga à Lua do seu mapa, Mariana. Este tende a ser um período feliz e de particular brilho pessoal, mas só se você estiver colaborando para esta felicidade. Traduzindo em miúdos, este ciclo age como uma espécie de “catalisador” para aqueles que vêm tomando atos construtivos e que estão se empenhando em algum projeto que envolva o próprio desenvolvimento. Para aqueles que se encontram na inércia, este ciclo também não deixa de ser positivo, e tem a ver com uma “sacudida” que o Universo dá na pessoa, estimulando-a a despertar, a acordar pra vida. O efeito deste trânsito é o de uma “lua nova pessoal”, um período propício para os novos inícios, para lançar-se em projetos novos. A sensação associada é a de renovação. Procure dar atenção aos seus impulsos de alma neste momento, pois, por mais “loucos” que lhe pareçam, eles estarão provavelmente lhe revelando os seus caminhos naturais para este período. O Sol ilumina a Lua, Mariana, o que sugere um período de maior consciência pessoal, uma fase de descobertas pessoais importantes; é provável que você venha a “se tocar” de aspectos de sua vida que estavam particularmente inertes e que você precisa se livrar. Neste período, cuja palavra-chave é a consciência, você se apercebe de hábitos e comportamentos que talvez tenham lhe agradado por muito tempo, mas que você precisa deixar para trás, a fim de se tornar uma pessoa melhor. E o mais interessante é que sua alma estará propensa a este ato de renovar-se. Aproveite!
E mais, Mariana: atente bem para os acontecimentos que ocorrerão em alguns dias específicos, pois nestes momentos é bem provável que você venha a receber boas notícias ou tomar atitudes altamente resolutivas em sua vida. A Lua estará se harmonizando com o Sol do seu mapa de nascimento, possibilitando horas extremamente construtivas e positivas para iniciar novos projetos, resolver problemas que antes lhe pareciam insolúveis, etc. Os dias são os seguintes: entre 17/01 e 18/01 e 26/01 e 27/01.

Ao pé do ouvido


Eu procuro um amor que ainda não encontrei
diferente de todos que amei
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
e as feridas dessa vida eu quero esquecer
Pode ser que eu a encontre numa fila de cinema
numa esquina ou numa mesa de bar
Procuro um amor que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer os meus segredos
Eu procuro um amor, uma razão para viver
e as feridas dessa vida eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar
mas eu disfarço e não saio sem ela de lá
Procuro um amorque seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim

"Segredos", Frejat
*Obs.: cantaram essa musiquinha pra mim...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Diaba: minha anja

No dia em que eu me senti mais triste e sozinha aqui no Rio, ela soube sem que eu dissesse, e veio até minha casa ficar comigo e me ver chorar. No dia em que ela soube que eu não ia mais ficar no Rio, ela disfarçou e foi chorar sozinha. Não consigo acreditar que só fazem seis meses que conheço essa mulher, esse riso largo, esse colo fácil, essa ginga maluca, esse juízo ora grande ora pequeno demais. Porque meu amor por ela é muito, é pra sempre, é de verdade. E foi construído sobre alicerces fortes, à custa de muita conversa e muito silêncio - acima de tudo, muita cumplicidade.
Minha linda, eu sei que neste aniversário você está triste por uma série de razões mas eu te digo, Ádrea, que tua força e tua doçura tudo podem e tudo vão vencer. E hoje e sempre, meu carinho e minha amizade são seus, e isso nem tempo, nem distância, nada, ninguém arranca do meu coração.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Em memória de um elefante

“Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos móveis talvez lhe dê apoio. E o encho de algodão, de paina, de doçura”Carlos Drummond de Andrade


Eu já vi tubarões amestrados, formigas gigantes, caranguejos dançarinos, jacarés no guarda-roupa, lobos que se disfarçavam de chinelo. Eu já criei sapos numa gamela de barro, construí uma cidade no quintal, cavei um buraco de três metros de fundura e lá enterrei todos os meus míseros brincos e anéis. Minha infância foi uma festa preciosa de sofrimento e magia, durante a qual fui podada em muitas coisas, mas nunca na imaginação. A presença do meu pai quando criança também era uma coisa complicada, Sama, e minha mãe achava que Papai Noel era uma invenção pequeno burguesa, mas ao ler a tua história senti pena dos adultos que matam a infância em si e nos outros, e que não sabem rir, e que não sabem enxergar com os olhos de ver. Será que uma dose maciça de Chagall, Amélie Poulain e García Marquez ajudam? Ou será que eles estão destinados à pobreza de ver apenas com os olhos da cara? Que bom que você ainda lembra do elefante, e que ele era azul, e se fez memória e história. Que bom que mesmo te faltando o pedaço tirado pelo beliscão, você é assim tão grande. Um beijo.

Ah, o amor...


Eu sempre achei ela linda. Mas de uns tempos pra cá, Thais está luminosa.
Eu sempre achei ele alegre. Mas de uns tempos pra cá, Tomé está radiante.
Coisa boa que é achar a tampa da panela da gente, não? Mesmo que a panela cozinhe bem destampada, mesmo que o amor seja só um quê a mais que é aquele quê a mais que faz a vida da gente valer a pena! Porque Thais já era bonita, e Tomé já era feliz. Mas o que eu vejo nos olhos deles é uma plenitude que transborda em qualquer foto, em qualquer lugar - coisa serena que dá vontade de sair dançando, alvoroço que aconchega e enternece quem vê.

terça-feira, janeiro 10, 2006

E se?


E se eu contar que seu sorriso é o espelho do meu coração / E que o coração é um baú inatingível pela mão / E se eu contar que a soma das estrelas resulta um número redondo e exato / E que a exatidão são todos os retratos possíveis de um mesmo fato /E se eu contar que a saudade é uma lembrança que sempre acontece /E que a lembrança veste girassóis quando anoitece
(Trecho de poema de Alisson Villa)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Delicadeza


Passei pela sala com a juba em crise, esse meu cabelo maluco que eu só desembaraço mal e mal quando lavo, e que freqüentemente fica parecendo um vespeiro. “Vem cá”, ele falou pra mim. E me fez sentar em frente dele, feito uma menininha. E pegou um troço pequenino, imprestável, e passou uns quinze minutos dedicado à tarefa inglória de desembaraçar ela, a moita, com aquela escovinha mísera. Quase que eu disse “não”, diante do presente inesperado que me fez sentir como se tivesse cinco anos. Depois, me entreguei à experiência inesquecível. Foi como uma bênção, carinho escorrendo em cada madeixa e fluindo através de duas mãos grandes, estabanadas e levíssimas - como se ele beijasse cada pedacinho de mim.

É meu amigo!

Ó paí quem saiu na primeira página do Globo de hoje! Ah, moleque...
Se o bicho já era amostrado, agora lascou!
Um cheiro, Cabeça, te amo.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Mudança

Agora é de verdade, tou voltando pra Recife. O contrato de prestação de serviços que eu tinha não foi renovado, e a inquilina já estava desocupando minha casinha. Lá pelo dia 23, devo estar na terrinha. Tou ansiosa, preocupada, sem saber o que vai acontecer em termos de trabalho. Mas muito, muito feliz.
Agora é de verdade, tou indo embora do Rio. O contrato de prestação de serviços que eu tinha não foi renovado, e a inquilina já estava desocupando minha casinha. Lá pelo dia 23, devo estar partindo de vez. Tou serena, tranquila, certa de que era o que precisava ser feito. Mas muito, muito triste.

Como é que a gente concilia duas realidades separadas por dois mil quilômetros? Por que Recife não fica em Duque de Caxias? Por que o Rio não é perto de Itapissuma? Vou ver Dudu, mas deixar Nininho. Vou abraçar Debinha, mas estar longe de Ádrea. Rir muito com Eva, e não com Tomé. Farrear com Deza, Késia, Thiago, Martinha e Cláudia - e não com Thatá, Lu, Biscoita, Zé e Ângela. Fofocar com Zabá, Fatinha, Val, Paula, Orla e Kyara, e não com Ruane, Jorge, Marquinhos, Andréia, Tati e Delano. O Serginho perto de mim será o Cruz, e não o Correia. Dani e Kitty vão ficar felizes no Recife; Dani e Kitty vão sentir minha falta, no Rio. Vou comer tapioca e não joelho, agulha frita e não sardinha, e ir ao Beco da Fome, não ao Beco da Cirrose. Dançar maracatu, e não samba. Fazer farras gastronômicas pra Dadá e Rilton, e não pra Renata e Queops.


Será que vou ficar me sentindo assim, dividida? O coração fica quente quando penso que vou ver Luiza crescendo, que vou estar presente no primeiro aniversário dela. O olho enche de água porque sei que vou deixar muita gente querida por aqui, gente que eu não sei quando verei de novo, porque a passagem é cara e eu preciso me firmar. Principalmente quando penso em Leo, menino doce que não tem medo de dizer que gosta e de mostrar que já está triste, diante da perspectiva da minha ausência. Queria poder encaixotar meu gatinho, junto.

Paralelamente ao meu estado esquizofrênico de euforia e depressão, ainda estou tendo que lidar com o lado muito chato da mudança em si. A passagem de volta, caríssima, ainda não foi comprada. Também tenho que dar fim a alguns poucos objetos e embalar os outros, para a viagem. O computador, levo na mão - eta, Dudu, lembra da vinda? - e o resto, tem que ir de caminhão, sem data certa para chegar, aproveitando espaço numa mudança maior. Ainda assim, tou assustada com os preços. Em março, paguei R$ 500 pra trazer uma geladeira, uma máquina de lavar e dez caixas de trecos. Agora, pra levar exatamente a mesma coisa, pedi vários orçamentos, que oscilam de oito mil reais (sim!, oito mil) até R$ 900, que é o que vou acabar contratando. Bom, eu podia vender minha geladeira duplex lindinha que está há cinco anos me servindo maravilhosamente, e que é 220v, quando tudo aqui é 110v - resta ver quem iria comprar, e por quanto. Também podia deixar pra lá minha máquina de lavar semi-nova, que foi o último presente que minha mãe me deu. Ou abandonar meus livros, meus cds e minha famosa coleção de tatus. Mas sou um ser humano sentimental. E racionalmente falando, ainda vale a pena pagar, porque não conseguiria comprar as mesmas coisas, pelo mesmo preço, em Recife. Mas que dói no bolso, ah, isso dói.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Janis


I don’t care how long it’s gonna take you now,
But if it’s a dream I don’t want
- No I don’t really want it -
If it’s a dream I don’t want nobody to wake me.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Acho que foi um elogio

Renatinho Félix, meu amigo lindo lá das Paraíbas, fez uma cotação dos melhores blogues do ano e eu fui incluída em duas categorias: "Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa" e "Longe de casa há mais de uma semana". Hummm... tá. Confiram.
Um beijo, querido! Fim do mês vou pra terrinha, juro que lançar de verdade o meu livro. Você não topa ir lá, não?

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Feliz em 2006

É roubada, eu sei. Fui toda imprensada no metrô e na volta passei duas horas ilhada, parada dentro de um ônibus que não se mexia, até conseguir chegar em casa. Mas passar o reveillón na praia de Copacabana foi uma experiência inesquecível.
É experimentar o indiferenciado, como diria minha amiga Lucinha. Sair da 'escala' usual. Se integrar de tal forma à massa que, de repente, você não é mais você, é só mais uma formiguinha num mar de outras formigas. Ser completamente insignificante e, por isso, gigante, parte insubstituível da multidão, que de repente é um ser com vida e idéias próprias. Estádio de futebol, carnaval, passeatas e rodas de pogo num show de rock me dão a mesma sensação de euforia.
É brega, eu sei. Mas quando eu vi milhares de estrelinhas pipocando no céu, com cores multicolores que pareciam querer me engolir, minha garganta deu um nó e eu só consegui pensar no piegas mais óbvio, 'que bom que 2006 está nascendo, grandes coisas me estarão reservadas, adeus ano velho, o mundo me está sendo dado de presente agora, estou renascendo'. E era uma tristeza alegre, serena. Me inclinei pra trás feito criança, querendo ver mais e mais os fogos rasgando o céu. Encostada no peito largo de Leo, que tem o abraço melhor do mundo.
É bobo, eu sei, mas usei blusa e calcinha amarelas. Novas. Quero dinheiro, equilíbrio financeiro neste ano que começa. Aqui no Rio, ou em qualquer lugar, preciso me assentar e ter alguma segurança. E ajudei a poluir a praia: comprei quatro rosas brancas a um real, de um menininho sorridente que me deu uma flor a mais de graça, e joguei no mar mentalizando coisas boas. Só duas, que as outras duas dei a Leo pra ele fazer o pedido dele também. Só não sei o que pediu e não posso contar o meu, senão não se realiza.
Da praia fui pra casa de Lígia, comemorar com os Sambamantes. Aí foi comilança, mojito no quengo, farofa, abraços e beijos. Como é bom ter amigos! A alegria desse povo me enternece sempre, incrível como um grupo criado pela internet, com o único 'mote' de serem fãs de samba, pode juntar tanta gente boa... E pra encerrar a saga do primeiro dia do ano, à tarde fui com Marquinhos, Andréa, Teresa e Leo pra Feira de São Cristóvão (de novo!). Apesar da chuva, deu pra cantar no videokê e rir muito. Nada melhor que começar 2006 com quebra-queixo e baião de dois no bucho, e alegria no coração.