


Este é meu sítio, onde espero plantar e colher coisas boas. Desde abril de 2005, tenho postado minhas besteirinhas aqui, sem ordem cronológica nem temática - mais ou menos um baú de quinquilharias. Fique à vontade e me dê um alô... PS- Os posts são arquivados por semana. Se quiser olhar os antigos, tem os links lá embaixo, mês a mês.
Como é que a gente concilia duas realidades separadas por dois mil quilômetros? Por que Recife não fica em Duque de Caxias? Por que o Rio não é perto de Itapissuma? Vou ver Dudu, mas deixar Nininho. Vou abraçar Debinha, mas estar longe de Ádrea. Rir muito com Eva, e não com Tomé. Farrear com Deza, Késia, Thiago, Martinha e Cláudia - e não com Thatá, Lu, Biscoita, Zé e Ângela. Fofocar com Zabá, Fatinha, Val, Paula, Orla e Kyara, e não com Ruane, Jorge, Marquinhos, Andréia, Tati e Delano. O Serginho perto de mim será o Cruz, e não o Correia. Dani e Kitty vão ficar felizes no Recife; Dani e Kitty vão sentir minha falta, no Rio. Vou comer tapioca e não joelho, agulha frita e não sardinha, e ir ao Beco da Fome, não ao Beco da Cirrose. Dançar maracatu, e não samba. Fazer farras gastronômicas pra Dadá e Rilton, e não pra Renata e Queops.
Será que vou ficar me sentindo assim, dividida? O coração fica quente quando penso que vou ver Luiza crescendo, que vou estar presente no primeiro aniversário dela. O olho enche de água porque sei que vou deixar muita gente querida por aqui, gente que eu não sei quando verei de novo, porque a passagem é cara e eu preciso me firmar. Principalmente quando penso em Leo, menino doce que não tem medo de dizer que gosta e de mostrar que já está triste, diante da perspectiva da minha ausência. Queria poder encaixotar meu gatinho, junto.
Paralelamente ao meu estado esquizofrênico de euforia e depressão, ainda estou tendo que lidar com o lado muito chato da mudança em si. A passagem de volta, caríssima, ainda não foi comprada. Também tenho que dar fim a alguns poucos objetos e embalar os outros, para a viagem. O computador, levo na mão - eta, Dudu, lembra da vinda? - e o resto, tem que ir de caminhão, sem data certa para chegar, aproveitando espaço numa mudança maior. Ainda assim, tou assustada com os preços. Em março, paguei R$ 500 pra trazer uma geladeira, uma máquina de lavar e dez caixas de trecos. Agora, pra levar exatamente a mesma coisa, pedi vários orçamentos, que oscilam de oito mil reais (sim!, oito mil) até R$ 900, que é o que vou acabar contratando. Bom, eu podia vender minha geladeira duplex lindinha que está há cinco anos me servindo maravilhosamente, e que é 220v, quando tudo aqui é 110v - resta ver quem iria comprar, e por quanto. Também podia deixar pra lá minha máquina de lavar semi-nova, que foi o último presente que minha mãe me deu. Ou abandonar meus livros, meus cds e minha famosa coleção de tatus. Mas sou um ser humano sentimental. E racionalmente falando, ainda vale a pena pagar, porque não conseguiria comprar as mesmas coisas, pelo mesmo preço, em Recife. Mas que dói no bolso, ah, isso dói.