sexta-feira, setembro 30, 2005

Visitas indesejáveis

Não aguento mais a leva de anônimos que têm entrado aqui no blogue pra fazer propaganda de viagra, foto de mulher pelada y otras cositas más. Sinto, mas implantei aquele trocinho chato, aquele sistema de confirmação por letrinhas. Acho que quem já faz comentário aqui, não vai se incomodar de usar. Pelo menos eu vou ter a certeza de que algum ser humano está teclando intencionalmente, ao entrar aqui. Espero diminuir o número de spams!
Ah! Amanhã vou postar fotos e contar as novidades de Gramado pra vocês. Beijos pra Queops, Jim, Nininho, Gina, Fabiana e "Desconjumina", que estiveram por aqui nos últimos dias. Logo respondo a vocês! Agora vou dormir: é tarde, tou cansadíssima da viagem. Acabei de chegar!

Visita ilustre

A gaúcha Alê, dona do Mãe de Gêmeas, passou aqui no sítio. Mando um beijão pra ela e uma dica pra vocês: vão lá, ler as proezas de Sofia e Marina, as duas lindinhas da foto. São historinhas deliciosas, que nem essa que transcrevo abaixo. "A Vovó estava de aniversário em abril. Ela ganhou café da manhã na cama e gerânios levados pelas pequenas. Enquanto comia os mais diversos tipos de pães inventados pelas Sofia e a Marina (requeijão com margarina, chimia de morango com uva, etc), ela comentou animada com as netinhas: - Sabe quantos anos que a vovó está fazendo? São dois cinco: um cinco igual ao que a Nina vai fazer e um cinco que nem a Sô vai fazer. Viu, só, um cinco para cada uma! A Marina pensou um pouquinho e perguntou, desconfiada: - Vó, então tu fez 10 anos?"

quinta-feira, setembro 29, 2005

Desculpem a ausência...

Tou aqui em Gramado ralando, trabalhando como nunca. Mas feliz: o encontro tá muito legal e produtivo! Tirando o frio, e o fato de que janto num rodízio de pizza todo dia e as pessoas te perseguem na esquina pra te dar chocolate de graça (juro!), tá tudo ótimo.
Quem estiver com saudade de mim, veja as fotos. Quem quiser ler o que ando escrevendo, clique aqui!
Na foto acima, vocês podem ver alguns membros da minha equipe de trabalho: Luciana, Adriana, Luiz André, Ieda - e eu.

terça-feira, setembro 27, 2005

Dama de vermelho


Eu sei que eu sou bonita e gostosa
Eu sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia...

segunda-feira, setembro 26, 2005

Gramado

Viajo hoje, para fazer a cobertura da primeira Jornada Nacional do Jovem Rural. Vou para Gramado. Só espero não comer muito chocolate e que lá o tempo não esteja frio assim!

domingo, setembro 25, 2005

"Aniversário" de Luiza

"Oi, tia Mariana , como vai? Estamos todos aqui muito bem... estou mandando as fotos do meu meio aniversario (6 meses), por isso foi uma meia festa!
Adorei o meu dia, primeiro fui para casa de tio Thiago, onde ganhei uma hello-kitty de presente. Depois fui para casa de minha avó, onde estavam todos para minha meia festa (meu primo Eduardo, uma coleguinha do prédio chamada Carolina, todos de casa e só, pois era uma meia festa!!!) . Por fim, coloquei meu pijama e fui para cama!
O bolo foi feito por Julia (um de chocolate para "os convidados" e um pequeno bolo branco para mim) e cantaram parabéns para mim!
Beijos saudosos da sobrinha que sabe que é muito amada - Luiza.
PS: A roupa amarela da foto foi presente de Julia de 5 meses (não é linda?) e nesse meu meio aniversário ela me deu calcinhas (pois sabia que eu estava precisando, hehehe)!!! Papai e mamãe mandam beijos também!
PS2: Mamãe manda dizer que você não precisa obrigatoriamente colocar essa mensagem no seu blog, para que não tenha trabalho! Beijos"


Beijos pra Gina, minha cunhada favorita (apesar de única, hehehe). COMO eu não havia de publicar isso, aqui? E olha lá, a danadinha dirigindo. Vai ser rueira, sô! ;.)

sábado, setembro 24, 2005

Foto nova da gordinha

Gabriel me mandou uma série de fotos novas, que depois vou divulgar pra vocês. Pela primeira vez, descobri que Luiza é MUITO parecida comigo! Quando acordamos, principalmente... Ahahaha.
Ô Luluca, você é linda até descabelada e fazendo bico!

Luiza



Hoje Luiza completa seis meses. Sei que já ri, fica braba e faz manha. Que já come purê. Que não gosta de ficar sozinha no berço. Que ama ficar no braço. Que adora água. Que gosta da boneca que eu dei a ela. Que é comilona. Que é muito linda...
Só estive com minha sobrinha por quatro dias que passaram como um corisco, assim que ela nasceu. Fico triste quando penso no que estou perdendo, aqui, longe dela. Cresça devagar, menininha... Mando um beijo muito cheio de amor pra que você sinta, de alguma maneira, como é importante pra mim.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Trunfa

Fiz uma busca no Google e achei resultados muito interessantes. Primeiro, pesquisei “trufa”, e saiu, entre outras coisas, a foto do micro-cérebro do nosso visitante semi-anônimo mais irritante:
Depois, pra minha surpresa, em “trunfa” apareceu esse objeto esquisito abaixo:

Reza a lenda que "trunfa" é um instrumento musical que se enfia na boca e vibra (!), mas eu seria capaz de fazer grandes torturas com isso… Cuidado, amigo! Ahahaha.

Saibam mais sobre "trunfas" aqui ou aqui.

Feliz aniversário

Hoje seria o dia em que minha mãe completaria 60 anos, e a saudade parece que aperta mais. Não é porque ela era minha mãe – todo mundo costuma gostar e sentir falta da sua, se ela não está mais consigo – mas eu tenho certeza de que o mundo se tornou um lugar mais pobre, com a ausência dela.
Este mundo, pelo menos. Porque se existir um céu, se existir algo melhor e mais bonito do que isso aqui onde a gente vive, ela com certeza se tornou uma peça querida, importante e fundamental por lá. Mas mamãe não me abandona, de jeito nenhum: vive nas minhas células, na minha lembrança, nos meus sonhos, no meu coração.
Neste 23 de setembro, quero celebrar minha mãe, de muitas formas. Ir a um restaurante comer rabada, ou comida árabe, ou pudim de clara. Ou berinjela no azeite, que ela amava e eu aprendi a gostar tanto quanto, depois de adulta. Ouvir Paulinho da Viola, ou Nara Leão. Usar lavanda da Yardley. Cuidar de algum velhinho, pegar algum bebê no colo. Fazer bolo de banana. Ler Agatha Christie. Comprar vários tecidos coloridos pra fazer uma única roupa. Viajar. Ir a uma peça muito boa de teatro. Sair na rua sem rumo, só pelo prazer de ver o mundo. Conversar muito com algum desconhecido no metrô. Fazer as coisas bobas e cotidianas em que ela costumava entregar sua alma, e nas quais deixou sua marca, para sempre.
Tenho muitas histórias para contar de minha mãe, e isso me consola. Mas hoje, que é um dia especial, quero lembrar de uma cena cinematográfica que vivi junto com ela, que sempre soube enxergar o essencial das coisas e das pessoas. A descrição segue abaixo, junto com um beijo de aniversário e uma rosa branca.



Um dia fui almoçar com mamãe, no trabalho dela. Eu adorava fazer isso, porque além de vê-la, filava a bóia: ela pagava a conta do restaurante, que tinha uma das comidas mais gostosas de Recife. Fomos, comemos, conversamos. E eu fiz, como a maioria dos meus amigos já devem ter visto, uma rosinha branca de papel com os guardanapos em cima da mesa. Nessa época, ainda era uma novidade...
Mamãe achou bonito e saiu do restaurante, de flor na mão, caminhando comigo pela Conde da Boa Vista, que é uma das avenidas mais movimentadas de lá – o equivalente da Rio Branco daqui do Rio, talvez?


De longe, eu vi um grupo de meninas de seus dez, doze anos se aproximando. Sujas, mendigas, maltrapilhas mesmo. Mais de uma com um tubo de cola na mão. Liguei meu radar: atenção, perigo. Mamãe sempre teve a teoria de que as meninas cheira-cola são mais perigosas que os meninos – não sei se leu algo em algum lugar, ou se era pelo fato óbvio de que nós, mulheres, somos mais imprevisíveis e afoitas.
Aí, começou a cena de cinema. As meninas abriram um riso largo (não sei se alguma conhecia minha mãe, notoriamente visada por ter a mania de distribuir lápis de cor e brinquedos entre os meninos de rua, que conhecia pelo nome), e uma veio de longe cantarolando Roberto Carlos: “receba as flores que lhe dou, em cada flor um beijo meu...” Mamãe riu de volta, fez um gesto galante e entregou a rosa. Pra mim, já era suficiente pra lembrar a cena pelo resto da vida, mas ela não terminou por aí. Como se tivessem ensaiado, as sete ou oito meninas cercaram minha mãe e encheram ela de abraços e beijos. Eu fiquei de boca aberta, encantada com a explosão de amor.
Foi quando duas colegas de trabalho de mamãe, que também voltavam do restaurante, passaram se cutucando e apontando: “nossa, olha lá que horror, Nagicina no meio das cheira-cola”. Mal terminou de falar, a primeira linguaruda levou um murro na boca. Correram trêmulas e chorosas para o banco, lamentando a violência deste mundo perdido.
Nesse dia, minha mãe me ensinou sem palavras que a gente, normalmente, recebe o que dá.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Afago

Fale mal do Orkut quem quiser. Olha só a declaração de amor que eu recebi hoje, na forma de um testemunho de minha xará Mariana Lima - uma das criatura mais doces, engraçadas e talentosas que eu conheço:

"Maricota é uma espécie de fiadora da humanidade. Naqueles momentos sombrios em que nada nem ninguém parece prestar, você pára e pensa: peraí, não é assim, está aí Mariana de prova que sempre vale a pena se arriscar a acreditar nas pessoas. Ela é daqueles que cuidam para que nunca falte ao mundo a poesia de cada dia".
...
Vou dizer o que, né? Tou bobinha de alegria. Quero muito que maio chegue, pra você vir ao Brasil e ao Rio, e eu matar um décimo da saudade que eu tou sentindo de você, minha amiga. Um cheiro bem grande.

Felicidade

Estas são fotos do casamento de Ecatherina e Silvio Tendler, no último dia 11. Eu fui a madrinha!

Olha que linda que minha Tati estava! A roupa de "She-ra" foi em parte garimpada comigo, nos brechós da Praça Quinze. Um luxo! ;.)

Fico feliz de ver que estão felizes, e torço para que a vida deles seja sempre harmoniosa.



Neruda


No te amo como si fueras rosa de sal,
topacio o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.
Te amo como la planta que no florece y lleva dentro de sí, escondida,
la luz de aquellas flores
(...)
Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Maracatu


Este é o convite do lançamento do livro de Biu Vicente, o primeiro de uma série de três. O meu será o último. Em novembro, se Deus quiser, vou pra Recife lançá-lo. Beijos pra Val e pra Biu! Tou muito feliz por isso.

Duas moças (o que é ser gente)

Relendo o texto que mandei pra minha amiga Fafá (três posts atrás, vejam aqui) lembrei de dois casos interessantes que me aconteceram há muito tempo. Então, lá vai...


Uma vez, eu tinha 13 anos e minha mãe me mandou ir na venda do seu Domingues, lá em Candeias, comprar linha. Eu ia sempre muito puta da vida. O bar era um saco, cheio de pinguços esperando a vida passar. E eu lá, novinha, tímida, tinha que adentrar o ambiente e perguntar se tinha linha Corrente preta, “e só serve de algodão”. O atendente era homossexual, um travesti meio gordinho e bundudo chamado Filó, que usava um cabelinho feioso espichado à força e que era uma simpatia. Mas isso eu só soube depois.

Porque da primeira vez que fui lá na bodeguinha do Domingues, passei rápido e corri pro balcão e virei pra atendente e falei: “Moça, por favor, me dá um carretel de linha Corrente preta”. Era Filó. Ela largou todo o resto, todos os fregueses que tinham primazia no atendimento, o sorriso comendo o rosto, e veio me atender.

Claro que na hora eu vi que ela não era uma moça no conceito estrito da palavra. Mas Filó ficou tão contente, que na hora de ir embora, de linha na mão, eu olhei bem no olho dela – ELA sim, a alma de Filó era de mulher, pô! – e disse em alto e bom som: “Obrigada, MOÇA”. Com isso ela me amou pra sempre, e eu fiquei achando graça de ver como é fácil fazer um ser humano feliz.

Pena que ela não foi feliz por muito tempo: foi assassinada por um maluco homofóbico, que em menos de um mês matou três ‘filós’ na região. Como Filó era pobre, preto e bicha, tenho certeza de que até hoje ninguém descobriu o culpado.


Outra vez, eu era mais velhinha, tinha o que?, uns 19 anos. Estudava jornalismo. Estava voltando do centro do Recife, de uma matéria furada de um concurso de miss qualquer coisa que fui fazer num domingo à noite. Claro que a revista furreca onde eu tinha descolado o free-lance não me deu dinheiro pro táxi. E como eu morava longe e no domingo os ônibus acabavam mais cedo, acabei ficando isolada, sozinha, no centro da cidade.

Era mais de uma da manhã, e o maldito ônibus só passava às três. Me empoleirei na grade da parada do buzu "Candeias" velho de guerra, suspirei fundo e fiquei lá, quietinha, morrendo de sono. Aí, chegou uma puta.

Puta sim, vestida pra guerra. Feia, derrubada, a cara marcada com um talho de gilete. Daquelas bem esquisitas que fazem ponto na rua da Palma, no centro do Recife. “Boa noite, MOÇA”, eu falei pra ela. E ri.

Ela riu de volta, reclamou desses ônibus que demoram, e ficou calada. Daqui a pouco chegou um cara meio mal encarado, rondando. “Sai daqui, fulano, ela tá comigo”, rosnou a puta, mostrando a gilete pra ele. E ficou lá, tomando conta de mim feito um cão de guarda, esperando meu ônibus chegar. Mais de uma hora.

Adoro gente. De qualquer cor, de qualquer sexo, de qualquer classe social, de qualquer profissão. Gente é intransitivo. A única classificação a ser feita é a do caráter: ou presta, ou não presta!

Ponto.

Sonho de consumo

Eta, me senti criança outra vez! Não sei se lançaram em nível nacional, mas ontem descobri que aqui no Rio tão vendendo figurinhas desse álbum liiiiiindo! R$ 0,50 o envelopinho, resgatando em mim a menina que fui e a mulher que venho sendo! Muito, muito bom. Agora só falta relançarem aquelas figurinhas Quem me Quer, ops, Bem Me Quer... Hehehe.

terça-feira, setembro 20, 2005


(...) Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome

e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar na visita do amor às almas
Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica

e nenhuma força o resgata
É minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la (...)

(Carlos Drummond de Andrade)

Texto do sítio vira aula! Eu posso com isso?

Tou toda prosa... minha amiga Fabiana Souza Leão mandou pra mim a mensagem abaixo, dizendo que vai usar um texto antigo do brógui pra dar uma aula, lá em Recife.
Eu tou podendo, hein? Hehehe. Beijo grande pra Fafá. Fique à vontade, minha linda, a casa é sua!


Mari,
lembrei de um texto q vc publicou em seu blog "Sítio da Maricota"... sobre relacionamentos... sobre o qto é importante a gente dar importância às pessoas q a gente convive... tu fostes falando de um monte de gente q vc faz questão de conversar, saber algo mais, ouvir sobre aquela pessoa... até mesmo o feirante etc etc... enfim, as pessoas q "casualmente" cruzam nossos caminhos e na maioria das vezes não damos o devido valor... preciso do texto pra ontem... pra usar num seminário aqui da Universo, com os devidos créditos, claro!! Não achei no blog, acho q vc já tirou... manda novamente pra mim... o mais rápido possível. Bjs,Fá.

Onde será que estão?


Mandei cartas de todas as cores e sobre todos os assuntos pra meu amigo Queops, mas nenhuma chegou até agora: nada da foto da festa julina, nada dos adesivos do Bob Esponja, nada do postal da Candelária, nada do tudo que é surpresa e eu não vou falar aqui, ora essa! Deve ser por causa da greve dos Correios. Mas quando a coisa normalizar, acho que vai chegar um malote completo, só meu, inteirinho pra ele.
Não sei vocês, mas eu adoro o ato físico de escrever e receber cartas. Eu sei, é completamente anacrônico. Por isso mesmo, é tão bom escolher um envelope, um papel, fazer o troço à mão, levar na agência, comprar um selo bem bonito e depois esperar um tempão, pra ver se a resposta chega. E quando chega... você sabe que aquele mesmo objeto esteve nas mãos daquela pessoa, lá longe. E você pode ler e reler e carregar com você, dias a fio, ou então botar fora numa faxina uns meses depois, ou guardar dentro de uma caixinha bonita, ou esquecer dentro de um livro e redescobrir, anos depois, pra ler novamente com o mesmo prazer.

segunda-feira, setembro 19, 2005

A primavera, num recado


"Guarde no rosto o sorriso grande e cativante, aquele que feito um raio atinge a tantos, inclusive a mim! Cultive-se, já foi-se a época da poda, doce. Floresça. Paz cheia de beijos"

Ela

Às vezes dói tanto, tão fundo, na minha carne, que eu faço de conta que nem lembro. Não lembro da voz dela, não lembro do cheiro, do perfume de lavanda que gostava de usar. Não lembro do olhar que me sabia inteira, sem precisar de uma só palavra. Não lembro da raiva que eu tinha quando fritava ovo e ela vinha direto com o garfo, comer minha gema. Não lembro das crises de riso que a gente tinha, às vezes no meio de uma briga ou tensão. Não lembro da ternura enorme que ela tinha de tomar conta dos outros – velho, bebê, passarinho. Não lembro da ira incontrolável que tomava conta dela, diante das injustiças reais ou imaginárias. Não lembro da inteligência rara, da ironia fina, da generosidade inata. Não lembro da fragilidade enorme, nem da fortaleza maior ainda. Não lembro como era bom dormir junto dela ou ficar na ponta do pé e tentar alcançá-la quando eu era menina, pensando em como ela era grande. Não lembro de como eu a senti pequenina, e como a quis proteger e não pude, depois de adulta. Não lembro das músicas que gostava de cantar. Não lembro das caras e olhares que ela fazia, e que eu me pego repetindo, em fotos ou diante do espelho. Não lembro de como eu sempre me senti amada, inteira, completa quando junto dela. Não lembro de senti-la em cada célula do meu corpo, meu cabelo, meu riso, meu coração. O que eu lembro é que minha mãe ia fazer 60 anos daqui a quatro dias. E por mais que ela esteja presente – sempre! – é dessa ausência que eu não consigo esquecer.

Procrastinação

[Do lat. procrastinare.] V. t. d. 1. Transferir para outro dia; adiar, delongar, demorar, espaçar, protrair: 2 & V. int. 2. Usar de delongas, de adiamentos.

Indefinições


Alguém que quando pega num objeto, ele jamais volta pro lugar.
Esquizofrênica cuja auto-imagem oscila permanentemente entre Isabelle Adjani e Wilza Carla.

Fenômeno da ciência: mulher cuja TPM dura o mês inteiro e um pouco mais.
Ser humano em perpétuo estado de chatice transitiva.
Mafalda. Marimesq. Maribull. Mari-moe. Marilesa. Mula sem cabeça.
Eu mesma não sei quem sou.

Deu o tilt?


Não sei o que foi, mas ele pifou e não inicializa. Agora tou sem computador em casa, impedida de ler meus emails pessoais (no trabalho é proibido) e recorrendo a cyber cafés. Não conheço técnicos no Rio e meu salário ainda não saiu, de maneira que vou ficar meio impedida de me comunicar por uns dias. Alô, amigos. Quem quiser falar comigo, use o telefone...

sexta-feira, setembro 16, 2005

Mais Clarice

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia.
Sou um o quê? Um quase tudo".

Um sambinha muito lindo



"Além da Razão" (Luiz Carlos da Vila)

Por te amar
Eu pintei
Um azul do céu se admirar
Até o mar
Adocei
E das pedras leite eu fiz brotar
De um vulgar
Fiz um rei
E do nada um império pra te dar
E a cantar eu direi
O que eu acho então o que é amar
É uma ponte
Lá para o longe do horizonte
Jardim sem espinho
Pinho que vai bem
Em qualquer canção
Roupa de vestir
Em qualquer estação
É uma dança, paz de criança
Que só se alcança
Se houver carinho
É estar além
Da simples razão
Basta não mentir
Pro seu coração

Pronto!


Fui lá, paguei. Começo segunda! Espero, até dezembro, ser um ser humano mais feliz consigo mesmo.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Pré-filé

Amanhã me matriculo numa academia pertinho lá do trabalho. Engordei bastante desde março e ando me sentindo toda dolorida, de ficar o tempo todo em frente ao computador. Adeus, preguiça: quero ver se me torno um ser humano melhor. Será?

quarta-feira, setembro 14, 2005

Lóri


"Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem- pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem, tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e ele se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. Aviso que também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura que é isto pela primeira vez"
Clarice Lispector, em "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres"

Ternura


Coisa engraçada é gente, não é, gente? Aqui embaixo do prédio tem um intituto de depilação, e às vezes eu vou lá, sofrer. Na recepção fica sempre um senhor, homem de seus sessenta e poucos anos. Da primeira vez foi aquele susto, é chato ser atendida por um homem, e ele pergunta de cara o que você vai fazer. Eu fico invariavelmente sem graça, mesmo que vá só ajeitar a sobrancelha. Depois comecei a achar engraçado vê-lo conversar com as clientes, explicar a diferença entre uma 'virilha básica' e uma 'virilha cavada', suplícios que só as mulheres conhecem. Até que no sábado fui lá de novo, e na hora de sair quase morro de rir ao vê-lo conversar com uma cliente, mocinha de seus 18 anos. "Maria Eduarda, você não pode ir à praia". "Posso sim, seu fulano, hoje eu só fiz a sobrancelha". "Menina, você tem que passar protetor solar nessa virilha, não pode expor ao sol depois de usar cera quente, você pode ficar toda manchada". "Não se preocupe, eu juro que vou tomar cuidado". Assim. Nessa candura, sem safadeza nenhuma. Vocês podem achar que sou boba, mas saí tão feliz de ter visto aquilo...

terça-feira, setembro 13, 2005

Recado de Debinha

Amo tanto essa menina, e fiquei tão feliz e tão sem graça de ler lá no Orkut o postzinho que transcrevo abaixo... Putz, eu nunca tenho a noção de quem vem aqui me visitar, fico meio feliz, meio temerosa - não faço idéia de quem é essa amiga dela. Mas, exageros à parte, é bom demais se sentir querida por gente com g maiúsculo, como é o caso de Débora.

''Oh, Mari... Deus, às vezes, dá cada mancada ! Por exemplo, criar só uma de vc foi uma delas. Vc fica no Rio e a gente aqui meio órfãos. Maldade pura...Estou feliz por vc. Seu blog é famoso aqui. Um dia estava almocando no TRF e uma amiga, que trabalha no CESAR, me isse tudo de bom a respeito. - Desisti de fazer de vc vereadora. - Agora serei sua empresária. Vc vai vender mais livros q o Paulo Coelho !!!! rsssss. Cheiro e abraço, Debinha"

segunda-feira, setembro 12, 2005

Amélie Poulain

Saudade desse gnomo viajão e sua dona. Onde andará Esparadrapo? ;.)

Ore Yèyè o!

Matei minha curiosidade: descobri que sou filha de Oxum, a deusa africana das águas doces, do ouro, da beleza e da riqueza. Pra quem não conhece a história dela, como deve ser o caso do meu amigo Jim, vou aqui falar um pouquinho...
Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Nigéria, considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, e principalmente as cachoeiras, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.

Oxum traz em si o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar. É dela o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer.

Existem 16 tipos diferentes de Oxum, das quase adolescentes até as mais velhas, sendo portanto 16 o número sagrado da mãe da água doce. Diz a lenda que as mais velhas moram nos trechos mais profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre essas 16, três são marcadas como guerreiras (Apara, a mais violenta, Iê Iê Kerê, que usa arco e flecha, e Ié Ié Iponda, que usa espada), mas a maior parte delas é mais pacífica, não gostando de lutas e guerras, desde Oxum Obotó, muito suave e feminina, até a versão mais velha, a não menos vaidosa Oxum Abalo.

O fluir nada fixo da água doce pelos diversos caminhos e a maleabilidade do elemento se manifestam no comportamento de Oxum. Sua busca de prazer implica em sexo e também na ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta da guerra.

O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas - tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante, corrobora a tendência que os filhos de Oxum têm para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.

O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum. Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.

Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Os filhos de Oxum são pensativos, elegantes, charmosos, atenciosos, trabalhadores, espertos e têm um quê doce no olhar. São vaidosos, afetivos e carismáticos. Como profissionais, as pessoas regidas por Oxum são sensatas e dedicadas. Amam com sinceridade e dedicação, e quando se fixam num objetivo, não medem sacrifício para conseguir atingir sua meta. Por outro lado, são chantagistas, dramáticos, choram para ter a piedade dos outros, são matreiros, debochados, possessivos, exigentes, ciumentos, autoritários. Gostam de palpitar sobre os problemas alheios, adoram criticar.

Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. É um dos orixás de maior força no Brasil e contradiz as tradições africanas, que exaltam mais os poderes dos orixás masculinos.
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PS- Meu segundo orixá é Xangô, deus do fogo e do trovão, sempre associado à sabedoria e justiça; destruidor, inteligente, impulsivo, violento. Representa o poder transformador do fogo e é o padroeiro dos intelectuais e artistas. Kawó kabiyèsílé!

Amor quase telegrama


"Pra começo de conversa eu tô simplesmente louco de saudades de vc.
E pra fim, tb.
Beijo, Queops"

sábado, setembro 10, 2005

Casamento


Amanhã é o casamento deles. Tou feliz porque estão felizes, Silvio é gente boa e Tati é uma das minhas amigas mais queridas, alguém que faz com que esta temporada no Rio, mesmo que não valesse pra muitas outras coisas, tenha um significado. Vejam só que convite mais lindo. Eu sou a madrinha e vou contente festejar, com espinha na cara e tudo.

Erupção

Aquele frio do carai lá do sul... me rachou os lábio e deixou uma espinha do tamanho de uma alcachofra no canto da boca! Doendo, latejando, como nunca nenhuma espinha fez, nem na época de adolescente! Horrível com 'o' maiúsculo, tou traumalizada! Comprei gel secativo e espremi a maldita. Agora, em vez de acne, parece que tenho herpes. Beleza, não? O mais legal é que amanhã sou madrinha do casamento de Tati e Silvio. Vou comparecer, com essa boca de babau.
Que ódio!

Saudade


Desta vez, foram cinco dias. Evinha foi embora anteontem, e eu tou morrendo de saudade dela. É minha visita mais constante, minha 'pariceira' mais interativa, minha companhia mais atirada nos desbravamentos do Rio. Chegou com saia de chita e bolsa de lantejoula feitos pelas mãos de fada de Joanita, minha mãe honorária. Foi embora com um anão embaixo do braço e muita história pra contar. Espero vê-la logo. Um beijo, querida.

A post to Jim

HORTA. s.f. Terreno onde se cultivam hortaliças, legumes, etc.
HORTALIÇA. s.f. Designação genérica das plantas cultivadas em hortas e reservadas para uso culinário.
(In: Enciclopédia e Dicionário Ilustrado Koogan-Houaiss)
Estas são as definições que meu amigo Salt Water Jim pediu que eu postasse. É engraçado, não existe um equivalente para elas em inglês... Como também não tem tradução para 'saudade'!
Mas, Jim: em inglês tem um verbo lindo, sem correspondente em português - to doodle. Algo que eu ADORO fazer, ahahaha. Peace and joy! A hug to you.



sexta-feira, setembro 09, 2005

Paquera



Supermercado lotado, oito da noite da quinta-feira, eu na fila do caixa. Sinto uma mãozinha puxando meu braço, olho e vejo um menino lourinho e sorridente, em pé dentro do carrinho de compras atrás do meu. É a cara de meu irmão Gabriel, quando criança. Cabelo bem clarinho e olhos castanhos. "Tu qué um?", oferece ele, com um pacote de biscoito na mão. Agradeço, e ele continua a puxar papo. Fuxica todas as minhas compras: gosta de leite de soja sabor laranja, e no carrinho dele tem bolo de laranja também, quer ver?, e exibe a laranja impressa no rótulo. Vai levar 'akut pra casa (yakult), adooora 'akut. Abre o desodorante pra eu cheirar. Conta da vida toda, da escola. Se chama 'axandivié (Alexandre Vilela), é enorme mas tem só quatro anos, e como Gabriel quando menino, troca letra quando fala. Está indo à fonoaudióloga, ela mandou fazer exercícios, soprar e fazer bolha, 'assim' (mostra pra mim). Fala rápido e errado e ninguém entende muito o que ele diz, por isso é bom que converse tanto comigo, sinto no olhar da mãe, satisfeita. O papo é tão alto e tão fluido e tão feliz, que o resto do pessoal da fila começa a rir. Na hora de ir embora me dá um beijo e convida pra fazer compras, semana que vem.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Do You Know What It Means to Lose New Orleans?

September 4, 2005
By ANNE RICE - La Jolla, Calif.

WHAT do people really know about New Orleans?


Do they take away with them an awareness that it has always been not only a great white metropolis but also a great black city, a city where African-Americans have come together again and again to form the strongest African-American culture in the land?

The first literary magazine ever published in Louisiana was the work of black men, French-speaking poets and writers who brought together their work in three issues of a little book called L'Album Littéraire. That was in the 1840's, and by that time the city had a prosperous class of free black artisans, sculptors, businessmen, property owners, skilled laborers in all fields. Thousands of slaves lived on their own in the city, too, making a living at various jobs, and sending home a few dollars to their owners in the country at the end of the month.


This is not to diminish the horror of the slave market in the middle of the famous St. Louis Hotel, or the injustice of the slave labor on plantations from one end of the state to the other. It is merely to say that it was never all "have or have not" in this strange and beautiful city.


Later in the 19th century, as the Irish immigrants poured in by the thousands, filling the holds of ships that had emptied their cargoes of cotton in Liverpool, and as the German and Italian immigrants soon followed, a vital and complex culture emerged. Huge churches went up to serve the great faith of the city's European-born Catholics; convents and schools and orphanages were built for the newly arrived and the struggling; the city expanded in all directions with new neighborhoods of large, graceful houses, or areas of more humble cottages, even the smallest of which, with their floor-length shutters and deep-pitched roofs, possessed an undeniable Caribbean charm.


Through this all, black culture never declined in Louisiana. In fact, New Orleans became home to blacks in a way, perhaps, that few other American cities have ever been. Dillard University and Xavier University became two of the most outstanding black colleges in America; and once the battles of desegregation had been won, black New Orleanians entered all levels of life, building a visible middle class that is absent in far too many Western and Northern American cities to this day.


The influence of blacks on the music of the city and the nation is too immense and too well known to be described. It was black musicians coming down to New Orleans for work who nicknamed the city "the Big Easy" because it was a place where they could always find a job. But it's not fair to the nature of New Orleans to think of jazz and the blues as the poor man's music, or the music of the oppressed.


Something else was going on in New Orleans. The living was good there. The clock ticked more slowly; people laughed more easily; people kissed; people loved; there was joy.


Which is why so many New Orleanians, black and white, never went north. They didn't want to leave a place where they felt at home in neighborhoods that dated back centuries; they didn't want to leave families whose rounds of weddings, births and funerals had become the fabric of their lives. They didn't want to leave a city where tolerance had always been able to outweigh prejudice, where patience had always been able to outweigh rage. They didn't want to leave a place that was theirs.


And so New Orleans prospered, slowly, unevenly, but surely - home to Protestants and Catholics, including the Irish parading through the old neighborhood on St. Patrick's Day as they hand out cabbages and potatoes and onions to the eager crowds; including the Italians, with their lavish St. Joseph's altars spread out with cakes and cookies in homes and restaurants and churches every March; including the uptown traditionalists who seek to preserve the peace and beauty of the Garden District; including the Germans with their clubs and traditions; including the black population playing an ever increasing role in the city's civic affairs.


Now nature has done what the Civil War couldn't do. Nature has done what the labor riots of the 1920's couldn't do. Nature had done what "modern life" with its relentless pursuit of efficiency couldn't do. It has done what racism couldn't do, and what segregation couldn't do either. Nature has laid the city waste - with a scope that brings to mind the end of Pompeii.


I share this history for a reason - and to answer questions that have arisen these last few days. Almost as soon as the cameras began panning over the rooftops, and the helicopters began chopping free those trapped in their attics, a chorus of voices rose. "Why didn't they leave?" people asked both on and off camera. "Why did they stay there when they knew a storm was coming?" One reporter even asked me, "Why do people live in such a place?"


Then as conditions became unbearable, the looters took to the streets. Windows were smashed, jewelry snatched, stores broken open, water and food and televisions carried out by fierce and uninhibited crowds.


Now the voices grew even louder. How could these thieves loot and pillage in a time of such crisis? How could people shoot one another? Because the faces of those drowning and the faces of those looting were largely black faces, race came into the picture. What kind of people are these, the people of New Orleans, who stay in a city about to be flooded, and then turn on one another?
Well, here's an answer. Thousands didn't leave New Orleans because they couldn't leave. They didn't have the money. They didn't have the vehicles. They didn't have any place to go. They are the poor, black and white, who dwell in any city in great numbers; and they did what they felt they could do - they huddled together in the strongest houses they could find. There was no way to up and leave and check into the nearest Ramada Inn.


What's more, thousands more who could have left stayed behind to help others. They went out in the helicopters and pulled the survivors off rooftops; they went through the flooded streets in their boats trying to gather those they could find. Meanwhile, city officials tried desperately to alleviate the worsening conditions in the Superdome, while makeshift shelters and hotels and hospitals struggled.


And where was everyone else during all this? Oh, help is coming, New Orleans was told. We are a rich country. Congress is acting. Someone will come to stop the looting and care for the refugees.


And it's true: eventually, help did come. But how many times did Gov. Kathleen Blanco have to say that the situation was desperate? How many times did Mayor Ray Nagin have to call for aid? Why did America ask a city cherished by millions and excoriated by some, but ignored by no one, to fight for its own life for so long? That's my question.


I know that New Orleans will win its fight in the end. I was born in the city and lived there for many years. It shaped who and what I am. Never have I experienced a place where people knew more about love, about family, about loyalty and about getting along than the people of New Orleans. It is perhaps their very gentleness that gives them their endurance.


They will rebuild as they have after storms of the past; and they will stay in New Orleans because it is where they have always lived, where their mothers and their fathers lived, where their churches were built by their ancestors, where their family graves carry names that go back 200 years. They will stay in New Orleans where they can enjoy a sweetness of family life that other communities lost long ago.


But to my country I want to say this: During this crisis you failed us. You looked down on us; you dismissed our victims; you dismissed us. You want our Jazz Fest, you want our Mardi Gras, you want our cooking and our music. Then when you saw us in real trouble, when you saw a tiny minority preying on the weak among us, you called us "Sin City," and turned your backs.


Well, we are a lot more than all that. And though we may seem the most exotic, the most atmospheric and, at times, the most downtrodden part of this land, we are still part of it. We are Americans. We are you.

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O fato de Nova Orleans existir, junto com San Francisco e Nova York, sempre me fez mais feliz, ao pensar nos Estados Unidos. A alegria, beleza e exuberância da gente dessa terra me faziam acreditar na idéia de um país menos 'wasp' e mais pleno. Espero que isso ainda seja possível, e um bom começo seria o povo americano eleger melhores representantes, na próxima disputa presidencial.

Reproduzo o artigo acima em homenagem a meu amigo Jim 'Salt Water', assíduo visitante deste blogue.

Olhos de ver

Celebrando a capacidade que algumas pessoas têm de enxergar o mundo que as cercam, posto um link pro blogue de Sama... Cliquem no título deste post!

quarta-feira, setembro 07, 2005

Especial para Dé


Hoje tirei esta foto, passeando com Eva no Museu da República. Eu e esse figurino de outros carnavais...
Não parece que estou dançando com os patinhos de lá? Lembrei de outros patos, outros parques, outros tempos. E tou aqui, mandando o registro desta tarde, com um beijo pra você.