




Este é meu sítio, onde espero plantar e colher coisas boas. Desde abril de 2005, tenho postado minhas besteirinhas aqui, sem ordem cronológica nem temática - mais ou menos um baú de quinquilharias. Fique à vontade e me dê um alô... PS- Os posts são arquivados por semana. Se quiser olhar os antigos, tem os links lá embaixo, mês a mês.
Coincidência ou não, o lugar que vou ocupar era de Florilton. No dia em que escrevi sobre ele, me telefonaram da faculdade, e ontem fui lá participar da banca. Nervosa, até porque estou sem meus livros (ainda em trânsito, entre o Rio e Recife). Mas deu tudo certo, graças a meus amigos Sérgio e Antônio, a quem aporrinhei bastante... e que, não por coincidência, eram amigos de Flô. Pensei nele, quando estava lá. Achei bonito, os alunos já rebatizaram o DCE da faculdade com o nome dele. Senti as pessoas chocadas com a brutalidade que é o falecimento de um jovem de 30 anos, por mais que ele tenha morrido feliz, após realizar um sonho...
Mas não quero falar de tristeza aqui: eu estou muito feliz. E me diverti pra caramba ontem, até conseguir chegar na faculdade. Durante o período letivo eles têm um ônibus gratuito próprio, para servir aos professores; mas ontem eu tive que ir by myself. Peguei dois ônibus, metrô, depois um ônibus intermunicipal (ela fica em Caruaru, a 1h30 de distância de Recife). Chegando lá, a orientação era pegar um táxi, "mais ou menos R$ 20". Ora, R$ 18 é a passagem Recife-Caruaru!, achei desaforo e peguei... um mototáxi, a R$ 3 - meio de transporte comuníssimo no interior, mas eu fui com um certo medo, pois só tinha andado de moto uma vez. Lá, depois do processo todo (banca, entrevista, departamento pessoal...), teria que pegar um táxi até a rodoviária e lá, a condução para Recife, mas peguei dois ônibus locais e na rodoviária, embarquei numa "lotação" que por R$ 25 me deixou na porta de casa, em Setúbal. Faltou só andar de jegue e de bicicleta. Pra completar, conheci uma figuraça na "lotação" de volta - uma moça chamada Katherine, que faz esse trajeto diário e que pegou meu telefone, pra gente gargalhar mais vezes juntas.
Juízo, hein? Ê, vida.
Na sexta-feira, que era feriado (dia de São Sebastião, padroeiro do Rio), fui com ele à feira de São Cristóvão, acertar os últimos detalhes na transportadora (essa é outra longa história, fiz inúmeras cotações de preço e para trazer de lá uma geladeira, uma máquina de lavar, uma tevê, um sofá-cama e dez caixas de trecos, me pediram de R$ oito mil - sim, oito mil!- até os R$ 900 em que acabei morrendo, contrariada). Claro que, já estando lá, e morrendo de fome, chamamos a Diaba e a Diabinha pra nos fazerem companhia. Eram quase três da tarde quando sentamos numa barraca, comemos uma galinha à cabidela borrachenta e horrorosa, e Ádrea e Jade chegaram por lá - a mãe com uma máquina digital na mão, a filha com um riso empoleirado na cara.
Minha primeira providência como deseducadora foi aproveitar uma distração da Diaba e passar R$ 10 pra Diabinha - "é nosso segredo, é pra você comprar o que quiser". Isso melhorou bastante o humor e a disposição da criatura, que apesar de gente boníssima tem apenas seis anos e odeia programa de adulto, ainda mais quando inventam de beber cerveja que nem Leo faz. E começaram as compras: ... um passarinho azul e pulador a R$ 2...
...dez minutos de cama elástica... ....potes de sorvete de açaí (ela é do Pará, dá pra notar?) e um pintinho de corda. Jade é o cão em figura de gente e logo nos mostrou que sabe usar os recursos da máquina digital melhor que qualquer adulto. Quando, me digam, a gente ia descobrir essa moldura brega-mimosa de florzinhas, que ela fez o favor de inserir em todas as fotos que bateu?
Mas a parte mais engraçada do dia foi quando já estávamos indo embora. Ouvimos uns gritos horríveis, como um porco que estivesse sendo sacrificado, uma coisa pavorosa e indescritível. Aí, percebemos que era uma pessoa cantando. Não resistimos e fomos ver a cara de tal criatura. Era essa aí:
Se vocês estão achando a roupa dela engraçada, é porque não viram o sapato da moça - alto, e de oncinha! Uma coisa! Quando entramos no recinto do karaokê, a garçonete veio correndo com um olhar de súplica e falou: "Por favor, ajudem meus ouvidos, ela é uma ótima cliente, mas da última vez que veio aqui botou 30 fichas na máquina!" Hahaha. Diante do pedido, cada um se sentiu obrigado a cantar uma música. O problema é que a cantora acima não podia esperar quatro pessoas passarem à frente dela, e enfiava as próprias fichas correndo, na hora em que a gente ainda estava de microfone na mão.
Teve um momento em que os trinados ficaram piores e Jade arregalou os olhos, soltando a melhor do dia: "MÃE! Vamos embora, que meus olhos vão estourar! Essa mulher vai destruir a camada de ozônio!"
Por fim, pra alegria da artista que ficou com a máquina só pra ela, nós fomos embora mesmo. No carro, fui tentar imitar os zurros que ela dava, e a mulher que dirigia o automóvel de junto quase bate (cena hilária, juro por Deus). A última visita a São Cristóvão foi um jeito legal de me despedir de um pedacinho do Rio, e as fotos estão aí como testemunhas! Falta só a Diaba me mandar as restantes (surpresa, só falo delas na hora de postar). Beijo, Jade! Beijo, Ádrea! Beijo, Leo! Saudade enorme de vocês.